Atentado contra escola na Itália mata uma aluna
Outras estudantes foram gravemente feridas.
A autoria do atentado não foi reivindicada até o momento.
Uma bomba explodiu na manhã deste sábado (19) diante de uma escola de Brindisi, sudeste da Itália, matando uma aluna de 16 anos e deixando outras cinco gravemente feridas, em um atentado que não foi reivindicado, mas que ocorre às vésperas do 20º aniversário do assassinato do juiz Giovanni Falcone.
(Correção: O G1 informou incorretamente, segundo agência de notícias internacional, que duas pessoas haviam morrido na explosão na manhã deste sábado. Uma aluna morreu e outra está em estado grave e foi submetida a cirurgia.)
A direção da escola informou que a explosão, registrada às 7h45, horário em que as alunas chegavam ao colégio de ensino profissionalizante que tem o nome de Francesca Morvillo Falcone, esposa do célebre juiz antimáfia Giovanni Falcone, jogou várias adolescentes no chão.
Pessoas se abraçam no local onde ocorreu o atentado, que matou uma aluna em Brindisi (Foto: AP)
"Não está morta. Foi operada. Está em situação muito grave, mas estável", declarou Ciannamea ao canal Sky TG24.
Outras três alunas sofreram queimaduras em todo o corpo e uma corre o risco de ter as pernas amputadas, segundo fontes médicas. Cinco estudantes sofreram ferimentos leves.
"Eu tinha acabado de ir ao bar em frente à escola. Vi todos caindo", disse uma testemunha.
Uma funcionária do gabinete da promotoria que fica ao lado da escola afirmou ao jornal La Repubblica que estava abrindo a janela quando foi atingida pela onda expansiva.
"Vi meninas jogadas no chão, cobertas de fumaça. Os livros queimavam. Foi aterrorizante", disse.
Policial com cão treinado inspeciona o local onde ocorreu a explosão (Foto: AP)
A polícia estabeleceu um perímetro de segurança ao redor da escola. O atentado não foi reivindicado até o momento.
Os canais de televisão exibiam imagens de danos limitados, com um muro da escola afetado pela explosão e objetos das alunas espalhados pelo chão, mas nenhum buraco na calçada ou outros danos aparentes.
A escola profissionalizante tem 600 alunos, a grande maioria meninas, e se dedica principalmente à formação de profissionais para o mundo da moda.
"Os primeiros a ajudar os feridos foram um professor, um vigia e um agente técnico. Falaram de uma forte explosão, que jogou várias alunas no chão", afirmou Valeria Vitale, diretora administrativa do instituto Morvillo Falcone.
"As alunas estão em estado de choque, o diretor foi diretamente para o hospital".
A polícia não determinou a suspensão das aulas, mas os alunos de outras escolas da cidade deixaram imediatamente seus colégios, acompanhados pelos pais apavorados.
A imprensa relacionou o ataque aos 20 anos do atentado de 23 de maio de 1992 que matou o famoso juiz Giovanni Falcone, sua esposa e três seguranças. A máfia siciliana detonou 500 quilos de dinamite na passagem do carro do juiz Falcone por uma estrada entre o aeroporto de Palermo e o centro da cidade.
"As hipóteses são numerosas e nenhuma nos dá certeza", declarou a ministra do Interior, Annamaria Cancellieri, ao canal Sky TG24.
Ao mesmo tempo em que pediu "extrema prudência", a ministra admitiu o espanto com o fato de a escola ter o nome da esposa do juiz
O prefeito Mimmo Consales afirmou à imprensa que "existem muitas coincidências neste caso", em uma referência ao aniversário do ataque e ao fato de que uma "caravana da legalidade" deveria passar neste sábado por Brindisi para lembrar a data.
O departamento antimáfia enviou o promotor de Lecce ao local do ataque, mas os investigadores não confirmaram o que continua como uma simples hipótese, quando outros meios de comunicação citam a atuação de um desequilibrado ou um ato de vingança.
O presidente italiano, Giorgio Napolitano, disse que acompanha os eventos "com apreensão" e manifestou solidariedade com as famílias das vítimas, os feridos e toda a população da região.
As autoridades locais esperam uma grande manifestação durante a tarde em Brindisi de apoio à vítimas.
O porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, classificou o ataque de "ato absolutamente horroroso e vil".
By: Rafaela
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