O Sport Club Corinthians Paulista (conhecido apenas por Corinthians e cujo acrônimo é SCCP) é um clube multi-esportivo brasileiro, sediado na cidade de São Paulo, Brasil. Foi fundado como uma equipe de futebol no dia 1º de setembro de 1910 por um grupo de operários do bairro do Bom Retiro, na cidade de São Paulo. Seu nome foi inspirado no Corinthian FC de Londres, que excursionava pelo Brasil, sendo chamado pela imprensa brasileira da época de Corinthian's team. Foi o primeiro clube paulista a abrir espaço para jogadores pobres e o segundo clube do futebol brasileiro a aceitar atletas negros no time.[5][6][7]
Embora tenha atuado em outras modalidades esportivas ao longo dos anos, seu reconhecimento e suas principais conquistas foram alcançados pelo futebol profissional.[8] O clube conquistou 26 títulos no Campeonato Paulista (atual recordista), 5 títulos do Campeonato Brasileiro[9], 3 Títulos da Copa do Brasil[10], 5 títulos no Torneio Rio-São Paulo (recordista, ao lado de Palmeiras e Santos) e foi campeão do primeiro Mundial de Clubes organizado pela FIFA em 2000, torneio que passou a ser realizado anualmente desde 2005.
É considerado desde 2010 pela empresa de consultoria BDO RCS, a marca mais valiosa do Brasil. Está avaliada em R$ 867 milhões.[11] A Fiel torcida do Corinthians possui o maior potencial de consumo de artigos relacionados a esporte, ultrapassando os R$ 450 milhões/mês, cifra que a coloca na liderança absoluta das torcidas mais "endinheiradas" do Brasil[12].
Em uma pesquisa realizada em 2011 pela Empresa Sport+Markt, o marketing do Corinthians conquista o quarto maior patrocínio de camisa do Planeta, ficando atrás apenas de Manchester United, Liverpool e Real Madrid.[13] Já o levantamento do site Football Finance mostra o Corinthians como o quinto clube do mundo que mais fatura com patrocínios, no valor de R$ 50 mi em 2011. Ficando atrás de Barcelona com R$ 69 mi, Real Madrid e Bayern de Munique com R$ 57 mi cada e Manchester United com R$ 55 mi.[14]
No futebol, o Corinthians costuma atuar com mandante no Estádio Municipal do Pacaembu, seus principais rivais são o Palmeiras, com quem disputa o Derby Paulista, e o São Paulo, com quem disputa o Majestoso e o Santos, com quem disputa o clássico mais antigo de São Paulo (o Clássico Alvinegro). Sua torcida é conhecida como "Fiel"[15] e seus torcedores são estimados em mais de 25 milhões espalhados por todo Brasil, sendo o segundo time mais popular do país[16][17][18], o primeiro na Região Sudeste e no Estado de São Paulo.[19]
Fundação (1910-1913)
Liga Paulista de Foot-Ball (LPF) (1913-1940)

Equipe do Corinthians em 1914, ano em que o clube conquistou seu primeiro título do Campeonato Paulista.
Sua estréia no Campeonato Paulista foi contra o Germânia, no dia 20 de abril de 1913, em duelo que terminou com vitória adversária, pelo placar de 3 a 1. Nos quatro jogos seguintes, foram três derrotas (para Internacional, Americano e Santos) e um empate (Ypiranga). A primeira vitória corintiana viria no dia 7 de setembro, um 2 a 0 contra o Germânia. Nas três partidas seguintes, mais três empates (com Internacional, Ypiranga e Americano). No final do Paulista de 1913, o Corinthians terminou na quarta colocação, com seis pontos ganhos (uma vitória, quatro empates e três derrotas, oito gols a favor e 16 contra).[24][nota 1] De positivo, o time revelaria dois futuros ídolos: Neco e Amílcar.
A temporada seguinte seria marcante para a história corintiana. Com apenas quatro anos de existência, o time conquistou seu primeiro título paulista, pelo Campeonato Paulista de 1914, organizado pela (LPF). O Corinthians sagrou-se campeão de forma invicta, com 10 vitórias em 10 partidas, 37 gols marcados e 9 gols tomados.[25][nota 2] Com 12 gols, Neco foi o artilheiro da competição.[26][27] A equipe que conquistou o primeiro título da história corintiana era formada por: Sebastião, Fúlvio, Casimiro II, Police, Bianco, César, Américo, Peres, Amílcar, Aparício, Neco, entre outros. Ainda naquele ano, o Corinthians realizou sua primeira partida contra uma equipe estrangeira, o Torino. Os italianos venceram por 3 a 0.[28]
Nas décadas de 1920 e 1930, o Corinthians firmou-se como uma das equipes mais importantes de São Paulo, rivalizando com o Clube Atlético Paulistano e a Societá Sportiva Palestra Itália (futuro SE Palmeiras). No período, o clube arrematou nove títulos paulistas - sendo três tricampeonatos, feito jamais alcançado por outro clube paulista. Além de Neco, que jogou no clube até 1930, Rato,[29] Del Debbio[30] Tuffy,[31] Grané,[32] Teleco,[33][34] Brandão,[35] e Servílio de Jesus[36] despontaram como grandes ídolos do clube no período.
Tempos de jejum (1940 - 1950)
Em 1941, o Corinthians novamente conquistou o Campeonato Paulista. O título só não foi de maneira invicta por conta de uma derrota, na última rodada, contra o Palestra Itália. O time era ótimo, e a linha média Jango, Brandão e Dino, impecável. A festa do título corintiano foi realizada no recém-inaugurado estádio do Pacaembu.Contudo, nos nove anos seguintes, o Corinthians viveu um jejum de títulos paulistas. Sem conquistas estaduais, o clube do Parque São Jorge consolou-se em levar por quatro vezes a Taça São Paulo (em 1942, 1943, 1947 e 1948) - torneio que reunia os três primeiros colocados do ano anterior. Sem ter a disposição seu poderio técnico dos últimos cinco anos, o Corinthians foi vice-campeão paulista cinco vezes, sendo três delas seguidas, entre 1942 e 1950, numa época de ascensão do São Paulo, liderado pelo atacante Leônidas da Silva, como nova força no futebol paulista.
Mesmo com a contratação de nomes de peso no futebol nacional, como a do zagueiro Domingos da Guia, aos 32 anos, em 1944, ou dos atacantes Milani e Hércules em anos seguintes, o Corinthians amargaria quase uma década sem conquistas importantes. A situação só começaria a mudar a partir de 1949, quando uma nova geração de pratas-da-casa foi conduzida pelo técnico Rato (o mesmo Rato campeão como jogador na década de 1920) ao time principal. Os frutos seriam colhidos na primeira metade da década seguinte.
Era de Ouro (1950-1960)

Goleiro Gilmar, defendeu o clube durante 10 anos (1951-1961). Foi campeão mundial em 1958 e 1962 com a Seleção Brasileira.
Em 1954, o Campeonato Paulista daquela temporada despertou grande interesse em todos os clubes e torcedores, porque comemorava o "IV Centenário da Fundação" da cidade de São Paulo. Para época, era considerado o título paulista mais importante da história.[46] Um empate contra o Palmeiras garantiu a conquita de um dos títulos mais importantes da história alvinegra, que coroou a geração vitoriosa dos anos cinquenta.[48] A década de 1950 marcou ainda internacionalmente o clube. Entre 1951 e 1959, o Corinthians disputou 64 partidas contra equipes estrangeiras, com 47 vitórias, dez empates e apenas sete derrotas. Ficou invicto por 32 jogos, de 1952 e 1954.[49]
No final da década de 1950, assumiu a presidência do clube por voto direto dos associados Vicente Matheus, que comandou o Corinthians durante oito mandatos.[50]
Um incômodo jejum e os anos Rivellino (1960-1976)
No Campeonato Paulista de 1961, o time fez uma campanha tão pífia que foi apelidado por torcedores rivais de "Faz-Me-Rir".[51] O clube apostou na contratação de craques que chegavam ao Parque São Jorge como "salvadores da pátria", mas que acabaram não vingando no time - como Almir Pernambuqinho em 1960[52] e Mané Garrincha em 1966.[53] Mas aquela década também marcava o surgimento de Roberto Rivellino, "O Reizinho do parque",[54][55] um dos melhores jogadores da história corintiana, embora nunca tenha vencido um grande título para time.[56]Em 1966, na tentativa de acabar com o "jejum" de títulos no Campeonato Paulista, a diretoria corintiana contratou o zagueiro Ditão e o volante Nair, que vieram da Associação Portuguesa de Desportos, além do atacante Garrincha, que chegou ao Parque São Jorge com 32 anos de idade. Na época, a verba destinada ao departamento de futebol foi recorde e o jornal "A Gazeta Esportiva" passou a tratar o time como o "Timão do Corinthians", e assim nasceu o apelido que acompanha o clube até hoje.[53] Ainda no final da década, o Corinthians venceria o Santos], após quase 11 anos sem vitórias sobre a equipe de Pelé em edições do Campeonato Paulista.[57] Paulo Borges e Flavio[58] fizeram os gols desssa vitória corintiana.
Em 1970, depois de uma conturbada negociação com a Portuguesa, o Corinthians contratou o lateral Zé Maria.[59][60] O jogador havia sido campeão mundial com o Seleção Brasileira de Futebol na Copa do Mundo de 1970, no México, na reserva de Carlos Alberto Torres. Para sair da fila, a diretoria corintiana trouxe nos anos seguintes nomes como Vaguinho (em 1971)[61] e Geraldão,[62]Wladimir.[63][64] Além da interminável fila de grandes conquistas, o Corinthians também não conseguia chegar, com frequência, às finais de grandes torneios. Ficou de 1957 a 1974 sem decidir o Campeonato Paulista. Em 1974, havia grande esperança de se quebrar o jejum na final estadual contra o Palmeiras. Mas o rival acabou vencendo os corintianos, que precipitou a saída de Rivellino para o Fluminense.[56] além de promover jogadores da base como
A "Invasão corintiana" e o fim da angústia em 1977 (1976-1980)
No começo de 1977, o presidente corintiano Vicente Matheus trouxe Palhinha, do Cruzeiro, por uma quantia recorde para a época: 7 milhões de cruzeiros.[66] O jogador tornaria-se um dos ídolos da "Fiel" naquele período.[67] Menos de um ano depois de "invadir" o Maracanã, o Corinthians viveria uma de suas noites mais inesquecíveis em 13 de outubro, com a conquista do Campeonato Paulista, que se tornou um dos títulos mais importantes da história corintiana, pois representava o fim de quase 23 anos sem ganhar competições oficiais. Na última de três partidas, contra a Associação Atlética Ponte Preta, o título veio com o gol de Basílio, no segundo tempo.[66][68]
Para 1978, a diretoria do clube contratou Sócrates, que pertencia ao Botafogo de Ribeirão Preto, que acabaria por ser considerado um dos maiores craques da história do time.[69][70] Outro que chegava naquele ano ao clube e seria ídolo no Timão era Biro-Biro.[71][72] Em 1979, o Corinthians voltaria a vencer o Campeonato Paulista contra a mesma Ponte Preta.[73]
A Democracia Corintiana
Os resultados ruins em campo levaram a mudanças na diretoria, com a saída de Vicente Matheus, e os jogadores passaram a ter papel ativo nas decisões do clube. Tudo era resolvido pelo voto, das contratações ao local de concentração.[69] O período ficou marcado como a "Democracia corintiana".[76] As mudanças surtiram efeito. Em 1982, quando liderados pelos ídolos Sócrates, Wladimir, Casagrande,[77] Biro-Biro e Zenon, o clube conquistou o Campeonato Paulista em cima do São Paulo, que tentava o tricampeonato na competição.[69] No ano seguinte, o Corinthians repetiria a final contra o rival e uma vez mais conquistaria o torneio.[78] Ainda naquele ano, o Corinthians havia aplicado a maior goleada da história do Campeonato Brasileiro, um acachapante 10 a 1 sobre o Tiradentes, do Piauí - com 4 gols de Sócrates.
No ano seguinte, a equipe corintiana não conseguiu o seu quarto tricampeonato paulista, tendo perdido o título para o Santos. Já pelo Campeonato Brasileiro, o time do Parque São Jorge fez sua melhor campanha desde o vice-campeonato da edição de 1976 e chegou à semifinal. O plantel alvinegro foi eliminado pelo Fluminense, mas a campanha é também lembrada pela goleada por 4 a 1 sobre o Flamengo de Zico e companhia. Em 1985, já sem Socrátes em seu plantel[79] e com o fim da Democracia Corintiana, a nova diretoria corintiana apostou na consolidação de uma grande equipe, com as contratações de De León, que deixou o Grêmio como o jogador mais caro do futebol brasileiro até então, Serginho Chulapa e Dunga, que se somavam a reforços do ano anterior, como Carlos, Édson e Juninho, contratados da Ponte Preta, quanto aos bem-estabelecidos Wladimir, Biro-Biro, Zenon e Casagrande.[80] O grande time, porém, só ficou no "papel": no Campeonato Brasileiro, o Timão foi eliminado antes das semifinais, e no Campeonato Paulista, a equipe ficou apenas em quinto lugar.[80]
Aposta na base e primeiro título brasileiro (1986-1993)
Nos anos seguintes, o clube renovou-se com um elenco com jogadores como o volante Wilson Mano,[81] e o zagueiro Marcelo,[82] além de apostar em jogadores formados nas categorias de base corintiana, como o goleiro Ronaldo,[83] o volante Márcio Bittencourt e o atacante Viola, o Corinthians voltaria a conquistar do Campeonato Paulista.[84]Em 1990, o Corinthians conquistaria um dos títulos mais importantes de sua história. Com uma equipe dirigida pelo técnico Nelsinho e liderada em campo por Neto - que se consagraria como grande ídolo corintiano - o clube faturou seu primeiro Campeonato Brasileiro, vencendo na decisão o São Paulo.[85][86][85][85]
No final de 1991, Vicente Mateus deixava a presidência corintiana. Sua esposa, Marlene Matheus, assumiu o clube e ficaria no cargo até 1993.
Era Dualib, o período das parcerias (1993-2007)
A Era Dualib foi marcada por parcerias com grupos privados: Banco Excel (1997), Hicks, Muse, Tate & Furst Incorporated (de 1999 a 2001) e MSI (de 2005 a 2007), que levaram muitos recursos financeiros ao clube, conquistas e polêmicas.[88][89] Entre grandes nomes que defenderam o clube, destacam-se Gamarra, Rincón, Vampeta, Edílson, Ricardinho, Kléber, Dida (era Hicks Muse), e Carlitos Tevez, Mascherano e Nilmar (era MSI).
Já em relação a títulos, o clube conquistou mais três Campeonatos Brasileiro (1998, 1999 e 2005), quatro Campeonatos Paulistas (1997, 1999, 2001 e 2003), uma Copa do Brasil (2002), além do inédito Mundial de Clubes de 2000 - o primeiro organizado pela FIFA[78],[90],[91],[92]. Embora tenha conquistado muitos títulos de expressão no período, o Corinthians fracassou na busca da Taça Libertadores, um dos títulos mais almejados pelo clube. Sua melhor posição foi em 2000, quando chegou à fase semifinal, mas foi eliminado pelo rival Palmeiras em disputa de pênaltis.
Fim das parcerias, o rebaixamento e a volta por cima (2007-atualmente)
Em 2009, o clube fez um grande primeiro semestre. Embalado por boas atuações de Ronaldo e de jogadores da base que havia disputado a Série B em 2008 - como Elias, Douglas, André Santos e Cristian -, o Corinthians sagrou-se campeão paulista invicto e da Copa do Brasil. Na temporada seguinte, quando o clube comemoraria seu centário, o Corinthians reforçou-se com Roberto Carlos[101] para a disputa da Taça Libertadores. No entanto, o clube foi eliminado nas oitavas-de-final para o Flamengo. Mano Menezes foi convidado para dirigir a seleção brasileira e deixou o comando do time. O clube, que terminou a temporada dirigido por Tite, disputou a liderança do Brasileiro com o Fluminense, mas acabou na terceira colocação. Ainda naquele ano, foi anunciado a construção do seu novo estádio, em Itaquera.
Em 2011, a equipe foi eliminada logo na primeira fase da Copa Libertadores da América, diante da equipe colombiana Deportes Tolima. Após um vice-campeonato no Campeonato Paulista, o Corinthians conquistou o seu quinto título nacional no Campeonato Brasileiro de 2011, no mesmo dia em que Sócrates, um dos maiores ídolos da história do clube, havia falecido.[102]
Mais informações em: http://pt.wikipedia.org/wiki/SCCP
By: Rafaela
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